My Happy Marriage - Episódios 25 e 26: um encerramento doce e cheio de esperança
A segunda temporada de My Happy Marriage chegou ao fim, e embora não tenha tido a mesma força emocional do primeiro ano, ela soube entregar momentos importantes para o crescimento dos personagens — principalmente para Miyo.
Um vilão trágico, mas necessário
É difícil não sentir um mínimo de compaixão por Naoshi Usui. Apesar de todas as suas ações condenáveis, ele foi uma figura moldada pela negligência e pela falta de compreensão em uma época que desconhecia a saúde mental. Mesmo amando Usui, Sumi não percebeu o quanto sua ausência seria um gatilho para a instabilidade dele.
Claro, isso não justifica seus erros. Usui acabou se tornando mais um catalisador do que um personagem com desenvolvimento próprio — sua função na história foi essencialmente impulsionar o amadurecimento de Miyo. Essa trajetória torna ainda mais interessante o paralelo com Arata, que, ao contrário, reconhece a autonomia de Miyo e faz a escolha certa.
Se a reunião de Usui e Sumi após a morte soa um pouco vazia, é porque a história não se propõe a julgar suas ações profundamente — ele é lembrado mais pelo papel que cumpriu na transformação de outros do que por quem foi de verdade.
Lições do passado e novos caminhos
O príncipe Takaihito, por sua vez, representa a esperança de mudança. Ao permitir que Miyo decida seu próprio destino, ele reconhece os erros do governo ao manipular famílias como os Usuba. Seu gesto é mais que bondade; é uma resposta consciente ao passado que prejudicou tantos, como Arata e Usui.
Essa evolução silenciosa no fundo político da trama deixa claro que o mundo de Miyo e Kiyoka está mudando — para melhor.
Miyo e Kiyoka: um final que aquece o coração
Embora o aguardado casamento de Miyo e Kiyoka tenha sido deixado para a já anunciada terceira temporada, os episódios finais garantem que o público termine a segunda temporada com o coração aquecido.
Miyo, mesmo ainda tímida, encontrou um lar verdadeiro na família Kudo. O gesto simbólico de ser presenteada com o kimono de casamento da família não é apenas sobre tradição: é o reconhecimento explícito de que ela agora pertence a um lugar onde é amada pelo que é, e não pelo poder que carrega.
A relação dela com Kiyoka, construída em respeito e amor genuíno, permanece o centro emocional da história. Mesmo chamando-o respeitosamente de “senhor” na maior parte do tempo, quando Miyo finalmente diz o nome dele, é carregado de um significado que transcende qualquer formalidade.
Um final digno, apesar da correria
A segunda temporada passou rapidamente por certos trechos do material original, especialmente o livro que retratava as dificuldades de Miyo com a família Kudo. Considerando o foco mais negativo desses eventos, a decisão de acelerar esses pontos parece acertada.
Apesar de pequenos momentos que poderiam ter sido mais desenvolvidos, a temporada entrega o que promete: uma jornada de cura, crescimento e esperança para seus protagonistas.
Ainda que não tenha o mesmo impacto emocional do primeiro ano, My Happy Marriage continua sendo uma adaptação que respeita sua história e seus personagens, e deixa o público ansioso para o que virá a seguir.
Notas Finais
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Nota Geral: 8,5
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História: 8,0
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Arte: 9,0
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Pontos Positivos: Desenvolvimento emocional de Miyo, evolução política sutil, momentos simbólicos fortes.
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Pontos Negativos: Correria em algumas partes da adaptação, menor impacto emocional comparado à primeira temporada.