Chatbots de IA estão realmente mudando o mundo do trabalho? Estudo revela impacto real

Muito tem se falado sobre como os chatbots de inteligência artificial estão revolucionando o ambiente de trabalho, mas os dados recentes contam uma história bem mais calma — pelo menos por enquanto.

Apesar dos grandes avanços na IA generativa, aquela onda gigantesca que muitos previram no mercado de trabalho mais parece uma marola até agora. Um estudo recente realizado pelos pesquisadores Anders Humlum (Universidade de Chicago) e Emilie Vestergaard (Universidade de Copenhague) se aprofundou nessa questão, usando dados de dois grandes levantamentos feitos entre 2023 e 2024 com trabalhadores na Dinamarca.

Os chatbots estão por toda parte, mas os benefícios são limitados

A pesquisa analisou cerca de 25 mil pessoas em 7 mil locais de trabalho diferentes, focando em 11 profissões que supostamente estariam na linha de frente da revolução causada pelos chatbots. O que encontraram? Muita gente usando essas ferramentas — quase 83% quando os chefes incentivavam — e muitas empresas criando até seus próprios chatbots internos.

Porém, quando olharam para os impactos reais, os números foram claros: nenhuma mudança significativa nos salários ou na carga horária. Mesmo entre os mais entusiastas que adotaram os chatbots logo no início, os efeitos práticos foram praticamente nulos.

Produtividade: pequenos ganhos, grandes expectativas

Embora os trabalhadores relatem que os chatbots ajudam a melhorar a qualidade do trabalho e aumentam a criatividade, o principal benefício identificado foi o ganho de tempo. Mas esse ganho médio foi de apenas 2,8% do total de horas trabalhadas — muito abaixo dos impressionantes 15% a 50% observados em testes de laboratório.

Parte dessa diferença se deve ao fato de que, no mundo real, nem todas as tarefas se beneficiam tanto assim dos chatbots. Além disso, os ganhos de tempo raramente se converteram em salários mais altos.

IA criando novas tarefas, não eliminando trabalho

Curiosamente, os pesquisadores notaram que a IA não apenas ajudou a acelerar tarefas antigas, mas também criou novas responsabilidades em cerca de 17% dos usuários, como integrar a IA ao fluxo de trabalho e lidar com questões éticas.

Até quem não usa chatbots acabou afetado: 5% desses profissionais relataram que novas tarefas surgiram em seus trabalhos por causa da adoção de IA no ambiente geral, como revisar trabalhos escritos por IA ou adaptar atividades para evitar fraudes acadêmicas.

A revolução está atrasada?

Os pesquisadores alertam que ainda é cedo para descartar totalmente o potencial transformador da IA. Com o tempo e mais investimentos complementares, como treinamentos e integração inteligente, esses sistemas podem sim causar mudanças maiores.

Mas, por enquanto, o estudo é claro: apesar da adoção acelerada e dos grandes investimentos, os chatbots de IA ainda não

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