Se você anda sentindo falta daqueles jogos solo que te prendem horas na frente da tela, não está sozinho. Títulos como Fortnite e Roblox viraram muito mais do que jogos: são plataformas inteiras, onde as pessoas se encontram, assistem shows virtuais e até fazem compras digitais. Para Tim Sweeney, CEO da Epic Games, esse fenômeno não é apenas uma moda: é um verdadeiro terremoto na indústria.
Por que os jogos solo estão patinando?
“A galera quer conexão”, explicou Sweeney em sua fala. Faz sentido: quando você pode chamar seus amigos, formar grupos e participar de eventos ao vivo, a experiência ganha outra dimensão. Já nos jogos single-player, por mais ricos que sejam os enredos — pense em clássicos como The Witcher ou God of War — a interação é unilateral. Sweeney ressaltou que, enquanto os ecossistemas gigantes crescem em receita e engajamento, muitos estúdios que ainda apostam em narrativas solo veem suas vendas minguarem.
Metaverso interoperável: utopia ou futuro?
Para o CEO, a saída não está em lamentar o fim dos jogos tradicionais, mas em reinventá-los dentro de um “metaverso interoperável”. Ele sugere que cada jogo, seja ele de ação, RPG ou aventura gráfica, possa se conectar a essas plataformas sociais, compartilhando perfis, conquistas e até economias virtuais. Confesso que achei a ideia genial — mas também um grande desafio técnico e político. Quem vai padronizar tudo? Como garantir privacidade? Perguntas que Tim disse estar disposto a enfrentar.
Crossover: quando dois mundos colidem
Você se lembra do evento temático de Borderlands dentro de Fortnite? Pois é, isso não foi só um teaser divertido. Sweeney contou que, depois daquele crossover, as vendas de Borderlands deram um salto, enquanto a base de Fortnite ganhou novos rostos curiosos. Mesmo experimento rolou com personagens de God of War e Halo. Na prática, ele chamou essas parcerias de “promoção cruzada orgânica” — e têm funcionado como um verdadeiro ganha-ganha.
Obstáculos no caminho
Claro, não basta querer: existem barreiras. Sweeney apontou as políticas rígidas de lojas como Apple App Store e Google Play, que limitam transações de terceiros e controlam o que entra no celular das pessoas. Além disso, falou de desafios de infraestrutura — você imagina milhões de jogadores pulando de um servidor a outro sem cair a conexão? Pois é.
Admito que curto demais mergulhar em uma campanha solo de horas, mas não nego que juntar os amigos em eventos ao vivo tem seu charme. Se essa tal “interoperabilidade” realmente acontecer, talvez tenhamos o melhor dos dois mundos — e quem sabe um God of War cooperativo dentro de Fortnite não seja tão absurdo assim?