Hunter × Hunter Omnibus Volumes 1 a 3: O Início de uma Jornada Lendária

 

Hunter × Hunter é uma daquelas obras que, mesmo décadas após sua estreia, continua conquistando gerações de leitores. Com a chegada do Omnibus reunindo os três primeiros volumes, temos a oportunidade perfeita para revisitar — ou conhecer pela primeira vez — o início dessa aventura lendária.

Uma história de aventuras e descobertas

A trama começa com Gon Freecss, um garoto que, ao descobrir que seu pai está vivo e é um renomado Hunter, decide seguir o mesmo caminho para encontrá-lo. Essa jornada nos leva ao famigerado Exame Hunter, onde Gon conhece companheiros que mudariam sua vida: Killua, Kurapika e Leorio.

O Exame Hunter foi uma escolha inteligente de Yoshihiro Togashi para dar início à série. Permitindo a mistura perfeita entre desafio, humor e ação, o arco é ao mesmo tempo brutal e leve — uma combinação que define bem o espírito da obra.
Entre correr por suas vidas, sobreviver a ataques de monstros gigantes e preparar pratos para examinadores impiedosos, o grupo enfrenta provações que vão além da força física, exigindo inteligência e criatividade.

Entre o sombrio e o divertido: o equilíbrio de Togashi

Apesar da atmosfera aventureira, momentos mais pesados também se fazem presentes. O arco da Torre do Deserto, com seus corredores escuros e assassinos à espreita, traz uma tensão palpável.
O ápice desse tom sombrio é a famosa cena em que Killua arranca o coração de um oponente com naturalidade assustadora — uma demonstração brutal de como o mangá sabe equilibrar inocência juvenil e realidades brutais.

Togashi nunca deixa a violência ser gratuita; ela serve para reforçar as camadas dos personagens. Killua, apesar de seu passado sombrio, mostra desde cedo seu desejo por uma vida normal, e sua amizade com Gon torna isso ainda mais evidente.

Personagens carismáticos (mas com alguns desequilíbrios)

Enquanto Gon e Killua têm seu vínculo bem explorado desde o início, Leorio e Kurapika acabam ficando um pouco de lado em termos de desenvolvimento neste começo.
Kurapika, ao menos, já demonstra traços de seu drama pessoal com a Trupe Fantasma, plantando sementes importantes para arcos futuros.
Leorio, por outro lado, serve mais como alívio cômico e contraponto adulto dentro do grupo, ainda que sua profundidade como personagem demore um pouco mais a ser explorada.

Arte vibrante e estilo único

O início de Hunter × Hunter impressiona pelos detalhes. Os primeiros capítulos, com cenários exuberantes e monstros gigantes, capturam uma sensação de aventura quase palpável.
Com o tempo, Togashi adota um estilo mais limpo e minimalista, que se tornaria uma marca registrada da obra. Ainda assim, a energia e o dinamismo de seus traços mantêm o mangá vivo e vibrante, mesmo nos momentos mais simples.

Considerações finais: um clássico que envelhece como vinho

O Omnibus dos volumes 1 a 3 de Hunter × Hunter é uma excelente porta de entrada para novos leitores e uma experiência nostálgica para veteranos. Aqui vemos Togashi em sua forma mais pura: criando mundos ricos, personagens carismáticos e batalhas memoráveis — tudo isso com uma leveza que torna até os momentos mais sombrios instigantes em vez de opressivos.

Mesmo sabendo que a série se tornará muito mais complexa com o tempo, esse começo mais simples e aventureiro é parte do charme que transformou Hunter × Hunter em um dos mangás mais respeitados da história.


Notas Finais

  • Nota Geral: 9,5

  • História: 9,0

  • Arte: 10,0

  • Pontos Positivos: Mundo vibrante e imaginativo, personagens carismáticos, excelente equilíbrio entre humor, ação e tensão, arte detalhada.

  • Pontos Negativos: Leorio e Kurapika têm desenvolvimento inicial mais fraco em comparação a Gon e Killua.

⚠ Atenção: violência e sangue presentes em algumas cenas.

Postagem Anterior Próxima Postagem