The 13th Footprint – Volume 1: Mistério, Cartões-Postais e Segredos de Família

O primeiro volume de The 13th Footprint entrega tudo que esperamos de uma boa história de mistério com toques sobrenaturais: tensão crescente, atmosfera pesada e aquele tipo de desconforto que se acumula a cada página virada. Com roteiro e arte de Kei Sanbe — o mesmo autor de Erased — a trama nos coloca diante de uma família aparentemente feliz, mas cuja felicidade é gradualmente corroída por segredos do passado, visões do futuro e uma série de cartões-postais que anunciam tragédias.

Sinopse

Touya e Haru estão prontos para um novo começo. Seu filho Ao finalmente deixou o hospital, o segundo bebê está a caminho e eles acabam de se mudar para uma casa nova. Mas tudo muda quando Touya começa a receber cartões-postais misteriosos com datas, locais e um aviso sombrio: alguém vai morrer. Quando ele decide verificar, os acidentes realmente acontecem — a menos que ele os impeça. À medida que os cartões continuam chegando, Touya se vê dividido entre proteger sua família e lidar com um perigo cada vez mais inevitável.

Mistério em camadas, tensão em construção

O volume abre com um incêndio fatal. Três corpos. Uma bicicleta retorcida. Um carrinho de bebê queimado. Uma mochila escolar. Um papel com o número 10. Um memorial improvisado sob a chuva. Essa abertura, quase muda e com ritmo lento, prepara perfeitamente o terreno para o suspense que vai se desenrolar nas próximas páginas. E então voltamos no tempo para conhecer a família feliz que habita essa casa — a mesma que será destruída em setembro daquele ano.

A partir daí, a narrativa se divide entre o ponto de vista de Touya, o pai, e de Ao, o filho. Ao explora a casa nova com entusiasmo infantil, à procura de adesivos escondidos por seus pais — o que parece um gesto fofo, mas começa a revelar passagens secretas e recantos estranhamente sinistros. Já Touya tenta compreender os cartões-postais que recebe, cada um numerado e prevendo tragédias específicas. Conforme ele interfere e salva pessoas, percebe que os números estão diminuindo. Seria uma contagem regressiva?

Segredos da casa, dores do passado

Ao passo que a tensão do presente cresce, o passado da família começa a emergir. Haru, a esposa, perdeu a mãe em um incêndio, o que a deixou psicologicamente abalada. Touya, por sua vez, tenta protegê-la das decisões que tem tomado e da verdade sobre os cartões, mas isso só aumenta o peso emocional da trama. Como ela reagiria se descobrisse tudo? E até onde Touya está disposto a ir para manter sua família segura?

Enquanto isso, a casa ganha contornos quase vivos. Com cada nova descoberta de Ao — como um sótão escondido que parece ideal para brincadeiras — a pergunta que fica é: quem realmente deveria estar escondido ali? O lar dos sonhos vai se tornando um pesadelo arquitetado com precisão.

Uma estreia promissora

The 13th Footprint não entrega todas as respostas neste primeiro volume, mas planta suas sementes com habilidade. A arte de Kei Sanbe está um pouco menos refinada do que em seus trabalhos anteriores, mas ainda assim repleta de detalhes sutis que ganham força em uma releitura. O uso de sombras, ângulos fechados e simbolismos visuais eleva a experiência. A edição da Yen Press, com tradução de Sheldon Dzrka, está bem cuidada e acessível.

Para fãs de Erased, Monster e tramas com atmosfera densa, The 13th Footprint é uma leitura obrigatória. Seu ritmo lento e meticuloso é uma aula de como construir tensão sem precisar apelar para sustos fáceis. A promessa de algo sombrio se aproxima — e é impossível não querer acompanhar até o fim.

Nota:

  • Nota Final: 9/10
  • História: 9/10
  • Arte: 8,5/10

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