Quem diria que, às vésperas do final, a série retomaria com tanta força o enredo de Daybreak? Leohart ganha a cena neste décimo primeiro episódio, e descobrimos que seu ódio contra a nobreza não é coragem aleatória, mas sim fruto de um passado cruel.
Infância roubada e traição nobre
Leohart, Cecil e outros dois garotos cresceram na miséria dos arredores de Daybreak, sobrevivendo ao pão e maçãs que um suposto “benfeitor” distribuía. Quando o duque se ofereceu para adotar Leohart e garantir “bênçãos” para todos, a ingenuidade falou mais alto – até perceberem que estavam nas mãos do vilão Evilly McEvil. Foi aí que Leohart entendeu a face cruel dos privilégios.
Might makes right: a justiça pela força
Magistralmente, o roteiro não o transforma num justiceiro exemplar: ao invés de punir apenas os culpados, Leohart atira sua vingança contra toda a nobreza, repetindo a violência que o moldou. “Might makes right” vira mantra, e ele não percebe que espalhar horror pode não ser a solução mais inteligente.
Sophia no epicentro da tentação
O que torna tudo ainda mais tenso é que Leohart vê em Sophia a parceira perfeita para dominar Daybreak – afinal, o gorila divino só abençoa um por vez. Ele tenta seduzi-la com a promessa de livrá-la de um futuro indesejado, mas esquece que Sophia já encontra força e alegria ao lado de Louis, Isaac e Eddy. Leohart só quer abusar do poder dela, enquanto Louis se importa com a pessoa por trás da bênção.
Confiança versus manipulação
Se Leohart tivesse surgido antes do treinamento de Sophia, talvez ela se sentisse indefesa. Mas agora ela descobriu sua voz, aprendeu a confiar em si mesma e não cairá em promessas fáceis. A dúvida que fica é se a série fechará com um desfecho clássico ou algo mais aberto. Para mim, basta ver Sophia firmar seu lugar como heroína confiante – o resto, o show dá conta de entregar.