O primeiro volume de New Saga aposta em um protagonista focado, viagem no tempo e dilemas sobre reescrever o próprio destino. Será que o mangá entrega algo além do que já vimos?
New Saga Volume 1 começa com um dos ganchos mais clássicos do gênero fantasia: o protagonista, Kyle, derrota o Rei Demônio após uma longa jornada de dor e perdas, apenas para acordar misteriosamente no passado, em sua cidade natal, antes de toda a tragédia começar. Com as memórias do futuro e os traumas que o acompanharam, ele agora tem a chance de mudar tudo. Mas será possível vencer o mal supremo sem sacrificar ninguém desta vez?
Traduzido por Andrew Gaippe e com letras de Kai Kyou, o mangá aposta em uma abordagem mais séria e estratégica. Kyle não perde tempo: começa imediatamente a se preparar para impedir que o futuro apocalíptico se repita, colocando em prática uma série de medidas conscientes, com base em tudo que já viveu e perdeu.
Um herói que quer ser herói – por necessidade
O diferencial de New Saga está no modo como Kyle encara sua missão. Ao contrário de muitos protagonistas que caem na posição de "herói" por acaso ou destino, aqui temos alguém que ativa e deliberadamente decide trilhar esse caminho, não por glória, mas como forma de ganhar status e influência – o suficiente para proteger quem ama. Isso traz uma camada interessante à narrativa e mostra que, mesmo sendo uma ideia já bastante explorada, o mangá tenta tratar o tema com seriedade e lógica.
O primeiro volume ainda está plantando as sementes para algo maior. A trama ainda não mergulha em batalhas intensas nem em grandes reviravoltas, mas deixa claro que há uma direção pensada. Kyle quer entender o que faz um herói ser respeitado, e traça metas para alcançar esse status com estratégia.
Arte competente, mas pouco memorável
Visualmente, o mangá entrega belos cenários de fundo e uma arte detalhada, mas os designs de personagens remetem fortemente ao estilo de animes de fantasia dos anos 90. Isso não seria um problema se houvesse alguma identidade visual mais marcante, o que infelizmente não acontece neste volume. Tudo funciona, mas não surpreende.
Como boa parte do mangá é dedicada à introdução da trama, não há muito espaço para cenas de ação ou composições de página dinâmicas. A arte serve bem à narrativa, mas não se destaca além disso.
Vale a pena?
Apesar da proposta não ser exatamente inédita, o que prende a atenção é a forma séria como Kyle aborda sua nova chance de mudar o mundo. A história entrega diálogos bem escritos e uma base narrativa sólida o suficiente para manter o interesse até o próximo volume. Pode não ser o título mais original do mercado, mas há um potencial real aqui – especialmente se os próximos capítulos realmente explorarem os impactos das mudanças de Kyle.
Se você curte histórias de fantasia com viagem no tempo e dilemas morais, New Saga Volume 1 pode ser uma boa leitura introdutória. E quem sabe, com o tempo, se torne uma recomendação mais firme.
Nota final
- Nota Geral: 8,0
- História: 7,5
- Arte: 8,0
- + Protagonista com estratégia clara, bons cenários
- − Personagens genéricos, premissa já bem conhecida
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