1. A visão de Sabine Zetteler: alma e propósito
Sabine Zetteler, dona de uma agência de comunicação em Londres, simplesmente não vê valor em usar inteligência artificial. “Li uma frase ótima: ‘por que eu me daria ao trabalho de ler algo que alguém não se deu ao trabalho de escrever?’ — é exatamente o que penso”, diz. Para ela, encomendar textos gerados por robôs e substituir funcionários é incompatível com a paixão e o afeto que ela quer imprimir no próprio trabalho.
2. Impacto ambiental: o peso dos data centers
Para Florence Achery, proprietária de um estúdio de yoga, a IA é “sem alma” e energicamente insustentável. Treinar e manter grandes modelos consome energia colossal — estima-se que uma única pesquisa no ChatGPT use dez vezes mais energia que uma busca no Google. “Quero preservar a conexão humana e o planeta”, afirma.
3. Perda de habilidades: o perigo do desuso do pensamento crítico
Sierra Hansen, de Seattle, recusa-se a delegar rotinas ao ChatGPT. “Nosso cérebro organiza nossa vida; se deixamos que a IA pense por nós, perdemos a capacidade de resolver problemas.” Para ela, depender de bots para tarefas simples é abdicar do próprio raciocínio.
4. A pressão do mercado: quando a recusa traz risco
Jackie Adams (nome fictício) é um exemplo de quem cedeu à IA por necessidade. Após resistir para salvar energia e reputação, ela foi obrigada a usar ferramentas de copywriting para acompanhar colegas e demandas de vagas que já exigiam “experiência com IA”. “Se não adotasse, prejudicaria minha carreira.”
5. O ponto de não retorno: resistência x adaptação
Para o filósofo James Brusseau, resistir à IA hoje é “tentar parar uma avalanche”. Ele defende delegar certas previsões e cálculos à máquina, mas manter humanos em decisões críticas — como julgamentos e transplantes. “O momento de resistir já passou; precisamos definir onde a IA serve e onde ela não serve.”
6. Dilemas e reflexões
- Ética: até que ponto máquinas sem sentimentos merecem nosso crédito?
- Sustentabilidade: vale trocar energia e emissões por eficiência?
- Humanidade: como manter nossas habilidades e laços num mundo cada vez mais automatizado?