Isaac Asimov e a Inteligência Artificial: Previsões que se Tornaram Realidade

Como Isaac Asimov previu os impactos da inteligência artificial há mais de 40 anos

As ideias de Asimov sobre automação, decisões algorítmicas e robôs autores já previam tecnologias como a IA generativa e ferramentas como o ChatGPT.

A trilogia Fundação e os contos de Isaac Asimov publicados entre 1950 e 1983 anteciparam o uso de algoritmos na economia, automação de rotina e ferramentas como o ChatGPT. Mais de 40 anos depois, vemos que ele acertou em cheio.

Terminei há poucos dias minha releitura da trilogia Fundação e precisei fechar o livro em vários momentos para acomodar o choque. Enquanto Hari Seldon desenhava a psicohistória, eu acompanhava relatórios reais de IA generativa que já reescrevem campanhas de marketing, limpam planilhas e até sugerem fusões de bilhão. Tudo isso diante dos meus olhos de leitor e profissional. Mergulhei em outros contos e entrevistas de Asimov.

Rotina sob comando dos robôs

Em 1983, Asimov foi convidado por um jornal canadense a responder à pergunta: “Como será o mundo em 2019?” Ele imaginou um futuro em que poucos trabalhos repetitivos continuariam melhores nas mãos humanas e afirmou que a humanidade se tornaria “cuidadora de robôs”.

Ele se atrasou no ano, mas não no conteúdo. Em 2023, a IBM anunciou pausa em contratações e indicou que 7.800 funções administrativas podem ser substituídas por IA nos próximos anos. A Duolingo começou a substituir funcionários humanos por IAs. Qualquer tarefa rotineira virou candidata à automação.

Máquinas que decidem por nós

No conto “The Evitable Conflict” de 1950, Asimov apresentou supercomputadores que administram a economia mundial para evitar crises, deixando aos humanos apenas a impressão de controle. Hoje, cerca de 60% a 75% do volume diário de ações nos EUA já é executado por trading algorítmico. Isso exige novas camadas de governança, pois conselhos que não compreendem o modelo de decisão assumem riscos regulatórios e reputacionais.

Robôs autores e revisores

Em “Galley Slave” de 1957, um professor processa um robô por reescrever seu livro durante a revisão. A cena virou rotina empresarial: pesquisa da McKinsey mostra que 72% das organizações usam IA generativa em pelo menos uma função desde o início de 2024. Ferramentas como ChatGPT produzem relatórios, slogans e até linhas de código em minutos, obrigando equipes jurídicas a repensar autoria e direitos.

Por que isso ainda importa

Asimov não deixou apenas robôs icônicos. Ele nos deu um modelo mental para avaliar disrupções tecnológicas. A automação de rotina, a decisão algorítmica e a criatividade assistida viraram pautas de orçamento e ética em empresas globais.

Para quem define estratégia em 2025, o recado é claro: eficiência importa, mas transparência, requalificação e propriedade intelectual também fazem parte da equação. As previsões de Asimov mostram que imaginar o futuro é o primeiro passo para administrá-lo quando ele chega.

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