Era óbvio que só poderia ser Arthur a enfrentar um monstro colossal chamado “Dragão”. Nosso querido cavaleiro cabeça-dura nasceu para isso. Como o autoproclamado Rei Cavaleiro, não havia destino mais adequado do que derrotar essa criatura que bloqueia o caminho da Companhia 08 na missão de resgatar o Capitão Obi. Agora, de onde Fire Force tirou a ideia de que Obi poderia afastar os Insetos da White Clad apenas flexionando seus músculos absurdamente definidos — como se estivesse competindo no Mr. Universo — é um mistério que prefiro aceitar como uma das muitas liberdades criativas da série. Afinal, Arthur está literalmente enfrentando um dragão cuspidor de fogo. Quem somos nós para tirar o brilho desse momento glorioso?
Para ser sincero, no começo fiquei bem irritado com a resolução do suspense deixado no final do episódio passado, quando o Inseto estava prestes a perfurar a carne de Obi. Tudo bem, o roteiro já tinha dado uma dica dessa reviravolta insana com a rotina de exercícios exagerada do Capitão. Mas, convenhamos, Fire Force teve uma ótima chance de elevar as apostas da temporada final fingindo, pelo menos por um momento, que o destino de Obi realmente poderia estar em risco. No entanto, essa nunca foi uma série que dependeu de drama sombrio ou mortes impactantes para mover sua trama. Com o tempo, acabei aceitando a proposta cômica da situação — e, honestamente, a série não perderia muito se decidisse manter todos os veteranos intactos.
O que realmente pode prejudicar Fire Force agora são os problemas crescentes na qualidade da produção. Ainda não chegou ao ponto de ficar difícil de assistir, mas a falta de capricho na direção e na edição está começando a incomodar. As animações ficaram mais rígidas e pouco fluidas, e até mesmo as soluções de storyboard, que poderiam disfarçar essas falhas, parecem cada vez mais precárias — e justamente em um dos momentos mais importantes da trama.
Além disso, o foco desigual desse arco tem atrapalhado o ritmo narrativo. Passamos dois episódios inteiros acompanhando as batalhas da equipe no solo, enquanto Joker e Shinra enfrentam Burns e tentam proteger Obi. Apesar de mais de quarenta minutos de tela já terem se passado desde o início da batalha, é como se, para os personagens, não tivessem se passado mais do que cinco minutos. Essa desaceleração extrema não é rara em mangás de batalha durante confrontos prolongados, mas é estranho que a série corte tão pouco para a luta de Shinra e Joker, fazendo parecer que eles estão parados esperando a câmera voltar.
Apesar de tudo isso, não posso dizer que não me diverti com “Chance Meeting with an Arch-Enemy.” É uma boa sequência dentro dessa longa missão de resgate na prisão. Mesmo as situações absurdas envolvendo o Capitão Obi acabam sendo engraçadas — principalmente quando toda a Companhia se esforça para elogiar o físico sobre-humano do líder. Só gostaria que o estúdio David conseguisse recuperar um pouco do brilho que tornava as melhores lutas das temporadas anteriores tão memoráveis.
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