Moonrise nos leva a um futuro onde a colonização da Lua deixou seus habitantes vivendo na miséria. Quando a mãe de Jacob Shadow finaliza a construção de um imenso elevador ligando a Terra e a Lua, a tensão explode. Rebeldes lunares iniciam um ataque contra a Terra, forçando Jacob a enfrentar não apenas o conflito, mas também um velho amigo e irmão de criação, Phil, dado como morto.
Os primeiros minutos da série já deixam claro: Moonrise é acessível e direto, com uma pegada visual e narrativa que remete tanto a clássicos do anime quanto a blockbusters modernos. Para quem é fã antigo, dá até para notar ecos de Fullmetal Alchemist, Nausicaä e Gurren Lagann. Mas, em termos de tom, a vibe é muito mais Star Wars. As gigantescas naves espaciais, as batalhas cheias de bravura hollywoodiana e até mesmo algumas trilhas sonoras remetem diretamente ao trabalho de John Williams.
Como era de se esperar de uma produção do Studio Wit para a Netflix, o nível de animação e arte é impressionante. Não importa se é talento puro ou orçamento generoso — o que importa é que o resultado salta aos olhos. As estações espaciais, cenários lunares e até uma cidade com visual mais contemporâneo são visualmente marcantes. As cenas de ação têm uma energia cinética contagiante, com destaque para a luta entre Jacob e um rebelde lunar no topo de prédios e ruas, lá pelo décimo episódio.
A história segue um formato bem conhecido: um épico de ficção científica em três atos, com foco no entretenimento. A rebelião lunar, liderada pelo grupo Moonrise, surge como antagonista em uma trama que claramente se inspira em Star Wars. Jacob, inicialmente acusado de ajudar os rebeldes na destruição de Los Angeles, acaba recrutado para combatê-los. Sua missão o coloca frente a frente com Phil, agora líder rebelde sob o pseudônimo Bob Skylum. A narrativa também insere um triângulo amoroso sutil com Rhys e Mary, trazendo um toque que lembra Macross.
Moonrise não é uma série que busca profundidade extrema em seus personagens. O foco está no espetáculo visual e nas batalhas espaciais, mais do que em desenvolver relações complexas. E, honestamente, isso funciona dentro da proposta. Nem toda história precisa ser um drama psicológico para ser divertida.
Isso não significa que a série seja perfeita. Alguns episódios do meio são esticados demais, com lutas que poderiam ser um pouco mais curtas e interações que não acrescentam tanto. Além disso, um subplot envolvendo uma entidade de limo azul ameaça engolir tudo, criando certa desconexão com a trama principal. Apesar de resolvido no final, esse arco paralelo pode parecer deslocado para alguns espectadores.
Mesmo com essas falhas, Moonrise entrega o que promete: ação sci-fi de qualidade, animação de alto nível e uma experiência acessível tanto para fãs veteranos quanto para quem está começando no mundo dos animes.
Nota final
Geral (dublagem): 8,0
Geral (legendado): 8,0
História: 6,0
Animação: 10,0
Arte: 8,5
Música: 7,0
Prós e Contras
- Prós: Animação e cenas de ação excelentes, apelo otaku equilibrado com estética mainstream, espetáculo sci-fi empolgante.
- Contras: Parte central um pouco arrastada, narrativa um tanto desigual em alguns momentos.
Se você gosta de animes que misturam ação espacial com visuais de tirar o fôlego, recomendo também dar uma olhada na nossa análise de Wind Breaker 2ª temporada episódio 18 e no review de Apocalypse Hotel episódio 4.