Descobrimos que ainda havia espaço para aprofundar a jornada de Sakura em sua adaptação à camaradagem da Bofurin e na superação de suas dificuldades em aceitar esse novo ambiente. Embora o anime pudesse ter condensado algumas repetições do episódio anterior, os temas seguem paralelos o suficiente para que a abordagem mais lenta funcione bem. E, honestamente, esse ritmo mais tranquilo combina com Wind Breaker, especialmente quando vemos os garotos relaxando em vez de apenas estender as lutas por vários episódios. Entrar nessa sensação de pertencimento faz parte da proposta. A vibe de simplesmente curtir o tempo entre amigos é tão essencial quanto as lutas intensas.
É curioso como uma série aparentemente focada em "bad boys" brigando brutalmente pode ser tão... fofa. O reforço positivo que Sakura recebeu dos veteranos no episódio anterior foi importante para ele assimilar. Mas o que realmente o ajuda neste episódio é perceber que seus colegas também são tão desajeitados, constrangedores e bobos quanto ele próprio. É fácil ficar preso em nossos próprios pensamentos e achar que somos os únicos a cometer erros. Porém, quando todos estão no mesmo barco, fica claro que este é um lugar onde ele pertence. O visual metafórico da corda bamba que ele desce simboliza bem isso: ele nunca esteve tão isolado quanto imaginava.
As metáforas visuais continuam sendo um dos pontos fortes da série. A corda bamba volta, refletindo a tensão interna de Sakura e sua liberação emocional. O contraste do fundo escuro com as imagens dele entre os colegas de Bofurin cria uma sensação de calor e unidade, destacando a aceitação incondicional que ele finalmente encontra.
Essa aceitação também se reflete na introdução formal de um novo personagem, Tsubaki-chan-san. Já era uma figura que chamava atenção desde a apresentação dos líderes da Bofurin, e agora conhecemos melhor sua personalidade. Wind Breaker sempre defendeu a ideia de não julgar pela aparência, e Tsubaki incorpora isso enquanto celebra quem é sem medo do que os outros pensam.
Tsubaki é simplesmente incrível. É uma personagem segura de sua identidade, desafiando as convenções de gênero e recebendo o respeito imediato de Sakura. Ele aceita Tsubaki como é, reconhecendo que as aparências não definem o valor de ninguém — algo que faz sentido, já que Sakura também enfrentou preconceitos por seu estilo não convencional. Ver Tsubaki elogiando o visual de Sakura é um momento muito doce, provavelmente uma das poucas vezes que ele recebeu um elogio sincero por sua aparência.
Esse episódio nos permite, junto com Sakura, experimentar em primeira e segunda mão o quão acolhedora é a Bofurin. Isso inclui até preferências românticas, com a paixão de Tsubaki por Umemiya sendo tratada naturalmente pelo grupo, enquanto Sakura reage com um leve rubor. Tomara que o encontro proposto entre Sakura e Tsubaki realmente aconteça — seria mais um passo importante para Sakura ampliar seus horizontes nas relações pessoais.
Este episódio bem ritmado mostra que Wind Breaker sabe entregar momentos relaxantes com a mesma qualidade das lutas intensas. Uma bela pausa que reforça as amizades e o crescimento emocional dos personagens.
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