My Hero Academia: Vigilantes Episódio 6 – O Peso de Stain e a Falta de Direção


O episódio 6 de My Hero Academia: Vigilantes traz um foco claro: o passado de Stain. Mas apesar das boas intenções, a execução ficou abaixo do esperado. Entre momentos de construção de personagem e decisões narrativas mal alinhadas, o episódio levanta mais perguntas do que respostas, deixando uma sensação de frustração e potencial desperdiçado.

O vilão incompreendido (ou mal desenvolvido?)

O episódio tenta humanizar o “spiky thug”, o vilão de aparência ameaçadora que teve seu passado exposto como alguém marginalizado por conta de seu quirk perigoso. A cena no hospital, em que ele confirma com os amigos se vale a pena continuar usando a droga, é um ponto alto — mostra que há consciência e até afeto por parte dele. Mas como conciliar isso com o fato de que, no primeiro episódio, ele ameaçou assediar Pop? Essas contradições enfraquecem o impacto emocional da sua tentativa de redenção e, pior ainda, forçam o espectador a reviver momentos desconfortáveis da série.

Stain: plano ou caos?

Já com Stain, a confusão é ainda maior. Sua ideologia extremista — matar vilões para “purificar” a sociedade — ainda está presente, mas aqui ele parece flertar com a ideia de usar vilões como desculpa para seus próprios impulsos assassinos. Ele dá a chance do vilão tomar a droga… por quê? Para torná-lo mais digno de ser morto? Para tornar o embate mais desafiador? A intenção narrativa aqui é nebulosa. Não fica claro se estamos vendo um Stain imaturo ou simplesmente incoerente.

O rosto da insanidade

Um detalhe interessante revelado foi o motivo por trás do visual deformado de Stain: ele deliberadamente quer que seu rosto reflita a distorção de sua mente — um tipo de “máscara viva”. Isso reforça o quanto ele é um personagem devotado a seus próprios ideais, ainda que insanos. Porém, isso entra em conflito com o desenvolvimento raso de sua participação no episódio. Se não houver um retorno significativo de Stain em Vigilantes, sua presença aqui será apenas um ruído narrativo.

Prequel que complica mais do que complementa

Esse episódio escancara um problema comum em prequels: o risco de tentar adicionar profundidade a personagens já estabelecidos de forma que acaba apenas os confundindo. Stain é um dos vilões mais marcantes da série principal, mas sua participação em Vigilantes até agora não contribui de forma significativa para seu arco. Seu embate com Knuckleduster, por exemplo, não teve impacto emocional ou temático suficiente para justificar qualquer tipo de mudança em seu comportamento no futuro.

Conclusão

O episódio 6 tinha muito potencial, mas caiu na armadilha de tentar fazer muito e dizer pouco. Os temas estão ali — marginalização, justiça distorcida, ideologia radical — mas a falta de foco e coerência dilui qualquer força que a narrativa poderia ter. Talvez as próximas semanas consigam resgatar esse arco e conectá-lo de maneira mais relevante ao universo de My Hero Academia. Por ora, foi um episódio que causa mais dúvida do que empolgação.

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