Depois de um episódio anterior que explorou como a popularidade influencia a imagem de um herói, My Hero Academia: Vigilantes dá um giro completo com um dos piores exemplos possíveis dessa ideia: Captain Celebrity. Ele é a caricatura perfeita de um herói midiático. Barulhento, vaidoso, obcecado por sua marca pessoal e pelas curvas alheias. A crítica social que poderia surgir disso é deixada de lado para dar lugar ao humor, e o episódio mergulha de cabeça na comédia — o que pode gerar certa estranheza, especialmente se comparado com capítulos anteriores mais densos, como o da origem de Stain.
A inconsistência de tom não é novidade em Vigilantes. A série flerta com o slice of life dentro do universo de My Hero Academia, o que pode ser divertido, mas às vezes causa uma leve ressaca narrativa. Um dia estamos falando de traumas e ideologia heroica, no outro, de heróis que só salvam alguém quando a câmera está ligada. Celebrity é justamente isso: um herói funcional, mas não porque se importa — e sim porque precisa manter sua imagem. Sua única consequência? Ser processado pela esposa e precisar ajustar o marketing pessoal. É engraçado, sim, mas também frustrante, porque parecia que o episódio ia levantar algo mais... e não levantou.
Herói americano, música americana
O que não desaponta, porém, é a trilha sonora. A direção musical acerta ao usar temas que evocam o estilo “americano”, combinando perfeitamente com a figura espalhafatosa de Celebrity. E falando em americano, Sean Schemmel (o eterno Goku) está excelente no papel. Sua entrega vocal dá ao personagem o carisma necessário para manter o interesse, mesmo sendo um babaca assumido. A performance vocal ajuda a manter o equilíbrio entre crítica e humor, ainda que o roteiro prefira o segundo.
Personagens sumidos e máscaras caindo
Foi bom rever Makoto, que parece estar se tornando uma personagem recorrente. Por outro lado, KnuckleDuster continua ausente, e sua ausência já começa a incomodar. O episódio sugere que ele está investigando Celebrity por fora, mas a falta de presença ativa pesa. Enquanto isso, Pop continua aparecendo bastante, mas ainda parece perdida no roteiro. Sua função na história permanece nebulosa, e até agora ela soa mais como um potencial par romântico para Koichi do que uma personagem com agência própria.
Ah, e falando em Koichi: PELO AMOR DE DEUS, PARE DE TIRAR ESSA MÁSCARA. Em algum momento, alguém precisa explicar por que o protagonista insiste em se expor tanto em público enquanto tenta manter uma identidade secreta. É quase um meme dentro do próprio anime, e talvez isso seja proposital, mas ainda assim... é pedir para dar errado.
