A jornada de Philia sempre girou em torno do amor. Pode soar piegas, mas é a verdade: ela nunca experimentou afeto genuíno — nem dos pais adotivos cruéis, nem da mãe biológica, cuja rigidez era justificativa de carinho. Seu noivo jamais nutriu nenhum sentimento verdadeiro por ela e Mia, apesar de demonstrar afeição, carregava culpa. Mesmo o príncipe Osvalt só ganhou destaque quando passou a amá-la de fato, mas o grande triunfo foi perceber que existem pessoas que a amam simplesmente por quem ela é.
Mais do que poderes: ser valorizada
Philia sempre soube que era forte como santa — reconhecia suas habilidades, mas nunca recebeu elogios; era só “o trabalho dela”. Quando foi vendida a Parnacorta, achou que falhara em suas funções. Para completar seu arco, ela precisava descobrir que seu valor vai muito além dos milagres: ela importa pelo que sente e pelo que representa para quem a cerca.
O embate final e o amor verdadeiro
A batalha contra Asmodeus foi menos espetacular do que esperávamos, mas cumpriu o papel de mostrar o contraste entre o amor de Osvalt e a obsessão distorcida do demônio. Enquanto Asmodeus acha que ressuscitar Fianna compraria seu afeto — ao custo de muitas vidas —, Fianna entrega sua energia a Philia por livre escolha, reconhecendo na santa alguém que realmente merece aquele poder. Foi o gesto perfeito: pôs Asmodeus em seu lugar e confirmou a Philia que ela merece ser amada.
Desfechos e perdões
Claro que eu queria ver Julius receber um castigo mais severo e fiquei em dúvida sobre perdoar Hildegarde, dada a crueldade com Philia. Mas, no fim, o que importa é que Girtonia e Parnacorta selaram uma trégua que permite encontros entre Philia e Mia. Agora elas vivem em lugares diferentes, mas conectadas por laços de afeto e com Hildegarde assumindo o posto de santa substituta. Philia, enfim, sabe que não é apenas um título — é uma pessoa completa com direito a sentimentos.
Philia nunca foi “perfeita demais”. Foi moldada para acreditar que seu valor se resumia à magia e ao dever. E agora ela descobre que a vida é muito mais do que ser a santa “ideal”.
