Leviathan – Resenha da série

Sinopse

O ano é 1914. De um lado estão os Darwinistas britânicos, que lutam ao lado de criaturas bioengenheiradas chamadas bestas fabricadas. Do outro, os Clankers alemães, que usam máquinas de guerra gigantescas. Numa noite sombria, o príncipe Aleksandar von Hohenberg da Áustria é levado às pressas para longe de casa. Enquanto isso, uma jovem britânica assume a identidade de “Dylan” Sharp para servir à Rainha a bordo da maior besta fabricada já criada, o Leviathan. Mas uma série de imprevistos reúne o príncipe e a paupérrima Sharp, revelando que tudo não passava de um prelúdio para a grande guerra que se aproxima.

Análise

Quando Netflix anunciou Leviathan, projeto conjunto do Studio Orange (Trigun Stampede, BEASTARS) e Qubic Pictures (Eden), eu ainda não conhecia os livros de Scott Westerfeld que inspiram a série. Mas bastou ouvir o tema de abertura de Joe Hisaishi para entender que estava diante de algo especial. Leviathan conta uma história sobre unir pessoas além das fronteiras nacionais, mesmo em meio a tanques ambulantes e baleias voadoras.

A trama começa mostrando a fuga de Alek num colossal “Stormwalker” após descobrir o assassinato de sua família. Do outro lado, Sharp vive o sonho de pilotar o Leviathan, sensação da frota britânica. Quando uma tempestade derruba o fantasma voador nos Alpes suíços, é ali que príncipe e impostora se encontram pela primeira vez.

A adaptação de Yuichiro Kido e direção de Christophe Ferreira mantém o ritmo equilibrado: cada arco se fecha a cada quatro episódios, sem perder o fôlego. As comparações com Gundam são inevitáveis, pois ambos mostram civis, soldados e até inimigos costurando alianças em meio ao conflito. Além disso, a forma como ações impensadas inflam a guerra lembra Turn A Gundam.

Elementos visuais e sonoros

A direção de arte de Studio Orange exibe cenários impressionantes, desde a torre do Leviathan até campos de batalha gelados. Há pequenos deslizes, como sincronia labial preparada para o japonês no dub em inglês, mas logo nos esquecemos diante de tanto espetáculo. A faixa sonora de Hisaishi, Toda e Jinnouchi traz emoção e nostalgia, remetendo às trilhas de Howl’s Moving Castle e O Castelo no Céu.

O elenco de dublagem em inglês, produzido pela VSI Group, entrega ótimas performances. Broghanne Jessamine dá vida à Sharp com sotaque escocês cheio de orgulho. Michelle Lukes como dra. Nora Barlow equilibra humor e autoridade, criando momentos luminosos entre ela e Sharp.

Reflexão final

Em tempos de divisões políticas e sociais, Leviathan mostra que temos mais pontos em comum do que diferenças. Mas não deixa de lembrar das durezas da guerra, sem poupar cenas de violência realista. É, sem dúvida, um dos melhores animes de guerra dos últimos anos e uma adaptação que respeita o original ao mesmo tempo em que se firma como obra independente.

Grade

• Geral : 8
• História : 8
• Animação : 9
• Arte : 9
• Música : 9
+ Trama emocionante e personagens cativantes
– Pequenos deslizes na sincronia labial e tecidos em movimento

Aviso

A violência de guerra aqui representada é intensa e pode não ser adequada para todos.

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