Quando Hisui invadiu o escritório do diretor para confrontar Kyosuke Wakaba, antigo membro da Tropa Verde, tudo indicava que o confronto contra Magatia estava prestes a ser encerrado. Afinal, Hisui é uma máquina de destruição ambulante que dispara facas a laser como quem respira. Ainda assim, parecia cedo demais para um desfecho. Fighter D e os outros mal haviam se envolvido, e Angel acabara de ser presa em sua ilusão de vida escolar. Apesar de eu ter criticado o quanto o arco anterior se arrastou, esse claramente precisava de mais tempo para amadurecer.
A prova disso é o melhor momento do episódio até agora: Hisui empurra o falso Kyosuke pela janela e perfura seu crânio com um raio laser… apenas para ser flagrada por uma colega, o que aciona um reset temporal e faz todos voltarem ao início do dia. A posição de ataque de Hisui, ainda com as mãos prontas para o golpe, torna a cena ao mesmo tempo cômica e sombria — um fracasso digno de Sísifo que estabelece Magatia como uma ameaça realmente formidável.
Infelizmente, o restante do episódio não mantém o mesmo impacto. Não é um capítulo ruim, mas também não avança muito. A maior parte do tempo é dedicada à tentativa de Hisui de resistir à ilusão mental de Magatia — tentativa essa que não chega a uma resolução visível. Ela acaba completamente presa, o que gera um momento curioso de empatia inesperada, algo que nem mesmo Fighter D admitiria sentir pelos humanos. Mas, na prática, a cena funciona mais como um “check-in” do que uma virada de roteiro.
O outro foco do episódio é o confronto entre Fighter D e o professor Gatou, aliado voluntário do vilão Serpente. Apesar de divertido ver Fighter D zombando do inimigo com seu corpo regenerativo em estilo "Bugs Bunny", os flashbacks militares de Gatou e a comparação entre a infância humana e a criação monstruosa de Fighter D não oferecem conteúdo suficiente para justificar o tempo dedicado à luta.
Dá para perceber que o episódio está segurando conteúdo para não avançar demais no mangá e terminar em um ponto estranho. O ritmo é propositalmente mais lento, talvez em torno de 15% do que precisava. Mesmo assim, entre um episódio arrastado e uma temporada inteira trancada em um estacionamento, ainda prefiro o primeiro.