Os primeiros quatro episódios de To Be Hero X fizeram um excelente trabalho ao nos apresentar o lado sombrio de ser um super-herói neste mundo: você conquista fama, riqueza e poderes extraordinários, mas perde a liberdade pessoal para usá-los como gostaria. Torna-se escravo do ideal que representa — e dos caprichos voláteis da opinião pública.
Essa dinâmica foi mostrada através da história de Lin Ling, assumindo o manto de Nice após o suicídio do original. Embora forçado no início, Lin Ling rapidamente aceitou o novo papel — parecia ser tudo o que ele sempre sonhou. No entanto, neste episódio, no clímax de seu arco, Lin Ling se lembra do que realmente o motivava: ele nunca quis ser Nice. Ele queria ser um herói. E isso faz toda a diferença.
A mensagem aqui é clara: você não precisa de superpoderes para fazer o que é certo. Lin Ling se importa com Moon — tanto pela inspiração que ela foi quando ele era apenas um desconhecido quanto pela garota que conheceu enquanto era o novo Nice. Ele deseja salvá-la a qualquer custo, e isso é o que o impulsiona a agir, mesmo com seus próprios poderes tentando detê-lo.
Acreditar em si mesmo é tão importante quanto ser acreditado pelos outros. Foi essa fé — somada ao apoio de uma única pessoa — que permitiu que Firm Man segurasse um prédio em colapso quando era apenas um bombeiro normal, e que permitiu a Lin Ling derrotar seu chefe no primeiro episódio, mesmo quando os poderes de Nice não eram suficientes.
Com força de vontade suficiente, um herói pode superar o controle que seus poderes exercem sobre ele — mas, ao fazer isso, perde as habilidades, já que o “herói” que o público acredita deixa de existir.
Durante a batalha contra God Eye, enquanto o vilão tenta provar que heróis são apenas construções de marketing, Lin Ling se torna um verdadeiro herói. Ele demonstra que, se você tem um objetivo nobre e a vontade de lutar mesmo quando tudo parece perdido, qualquer pessoa pode ser um herói — com ou sem superpoderes.
A luta que se segue é brutal. Lin Ling não tem mais a graça de quando era Nice. Agora, é um homem comum em uma briga real, mas fortalecido pela crença de milhares de pessoas. Mesmo desajeitado, seus golpes são devastadores, com impacto suficiente para estremecer o prédio. A mistura da animação realista com os traços de quadrinhos eleva o espetáculo.
No fim, este episódio marca a verdadeira origem de Lin Ling. Seu novo papel é diferente: o público acredita nele como uma pessoa comum, o que o torna talvez o único super-herói verdadeiramente livre — alguém cujas ações não são controladas pela expectativa popular. Mas será que essa liberdade vai durar?
