Fire Force 3ª Temporada – Episódio 8: Holy Mother of Darkness / The Knight's King Great Adventure
Parte de mim gostaria de ter reassistido a toda a temporada anterior de Fire Force antes de encarar esse episódio, porque “Holy Mother of Darkness / The Knight's King Great Adventure” entrega uma enxurrada de revelações e desdobramentos que estavam sendo construídos há anos. Mesmo com as memórias meio nebulosas desde 2020, consegui acompanhar com facilidade — um testemunho de como a série mantém sua narrativa centrada e envolvente, mesmo depois de tanto tempo.
O segredo disso é que, apesar de explorar uma mitologia densa e cheia de desvios, a história sempre se apoia em uma base simples: o mundo foi destruído por uma catástrofe, e forças ocultas trabalham desde então para mergulhá-lo novamente em chamas. No episódio, vemos Hibana e seu grupo descobrindo que a Irmã Sumire está diretamente ligada ao experimento cruel que queimou freiras inocentes no passado. Sua confissão sinistra acontece em um templo destruído, com direito a clima sombrio e criaturas observando das sombras — como o pequeno homem-toupeira e a sempre misteriosa Woman in Black.
A grande revelação é que os Infernals são, na verdade, doppelgängers: versões paralelas de pessoas vivas na superfície. Quando esses seres do Nether tentam se fundir com seus equivalentes humanos, ocorre a combustão espontânea. É basicamente o conceito de Us, filme de Jordan Peele, só que com mais explosões, espadas e fan service.
A atmosfera construída no episódio anterior ajuda a sustentar esse turbilhão de informações. Sumire é o retrato da vilania silenciosa, e seu poder Adolla Burst se manifesta como um constante tremor — resultado de viver em um mundo que não está em chamas. A cena em que ela força Hibana a encarar os doppelgängers infernais de suas amigas de infância é uma das mais perturbadoras do episódio, elevando o tom de horror psicológico.
Mas Fire Force não vive só de sombras e tragédias. Arthur Boyle protagoniza a aventura mais hilária da temporada até aqui. Graças ao esforço conjunto de Vulcan, LiSA e Yu, Arthur embarca em uma jornada RPG forjada por moradores criativos de Asakusa. O episódio brinca com todos os clichês do gênero, desde missões de coleta até visuais pixelados que representam a perspectiva delirante de Arthur. É genial, divertido e, claro, completamente insano.
A piada final é ainda melhor: Arthur, incapaz de entender metáforas, acredita que o minério sagrado necessário para forjar sua espada está no Nether, não na loja de picles indicada por Vulcan. E assim, o grupo parte confiante rumo ao terror absoluto — tudo por causa do cavaleiro mais desorientado (e adorável) do mundo dos animes.
