Lazarus Episódio 5 – Conspiração frustrante e roteiro inconsistente


Eu até poderia começar essa análise tentando fingir que, depois do excelente episódio da semana passada, estava confiante de que Lazarus entregaria outro grande momento. Mas todos nós sabemos que isso seria mentira. Quem já viu projetos ambiciosos e caóticos o suficiente sabe reconhecer quando uma série está tropeçando nos próprios conceitos, e o resultado desta semana não surpreende: o novo episódio de Lazarus não é nada bom. E, para minha surpresa, “Pretty Vacant” não apenas me decepcionou. Foi o primeiro episódio da série que realmente me irritou.

Não há problema algum em usar uma trama de suspense sci-fi como desculpa para criar episódios quase antológicos, focando em conceitos temáticos interessantes e cenas de ação bacanas. O problema é que, para isso funcionar, o anime precisa se comprometer com essa abordagem. Ou você abre mão da narrativa central e dedica tudo à qualidade de cada aventura isolada, ou constrói um enredo coeso que faça cada passo da jornada ter peso e coerência. Lazarus, infelizmente, parece indeciso — como quem joga o próprio bolo para o alto sem saber o que fazer com ele, assistindo tudo desmoronar. O anime não escolhe um foco claro e, por isso, dificilmente consegue entregar algo consistente semana após semana. Quando dá sorte, surge uma pérola como “Don't Stop the Dance.” Quando não… bem, temos “Pretty Vacant”.

Na análise passada, já comentei como as “missões da semana” vinham sempre terminando com apenas uma pista mínima sobre Skinner. Desta vez, nem isso aconteceu. Em vez de avançar a trama, o episódio mergulha em uma conspiração absurda envolvendo uma cura falsa para Hapna, planejada para enganar políticos e cientistas do mundo inteiro. E quem desmascara tudo? Uma hacker insuportável chamada — pasmem — “Popcorn Wizard”, que grita “HAAAAAARDCORE” a cada cinco segundos. Nem fica claro se ela tem alguma ligação com Skinner. Ela apenas surge, grita, pilota sua unidade móvel de hacker (ridícula, diga-se de passagem), e no fim nossos heróis não conseguem realizar absolutamente nada. A não ser, talvez, causar pânico mundial com uma cura falsa para uma droga apocalíptica.

O que mais me irrita é que esse tipo de roteiro preguiçoso me obriga a fazer exatamente o que eu geralmente tento evitar: ficar apontando buracos de trama e falhas de lógica que o anime esfrega na nossa cara toda semana. Normalmente, se a série fosse divertida o suficiente, eu não ligaria. Mas Lazarus insiste em destacar seus próprios atalhos narrativos de forma que fica impossível ignorar. Na primeira parte do episódio, por exemplo, Axel invade facilmente a Delta Pharmaceutical, enfrentando apenas quatro guardas aleatórios — isso numa empresa que tem ligações diretas com o homem mais perigoso do planeta! Tudo só para repetir as clássicas cenas de luta em elevadores, no estilo Capitão América: O Soldado Invernal ou Ip Man 3.

Já comentamos como as sequências de ação do anime, apesar de estilosas, muitas vezes parecem desnecessárias. Mas esta semana isso passou do limite. Ao menos, se existe uma qualidade que Lazarus mantém de forma consistente, é essa: sua total falta de consistência.

O único consolo é que, com um episódio tão fraco, existe a chance de a próxima semana trazer alguma melhora. Podemos, pelo menos, ter esperança.

Se quiser relembrar os pontos altos da série até agora, confira também nossas análises anteriores: Episódio 4: Estilo e Substância e Episódio 3: Baklava, Estilo vs. Narrativa.

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