Vamos recapitular: quinze anos antes dos eventos atuais, cientistas clonaram o cérebro do Dr. Skinner em uma IA, e – por algum motivo inexplicável – decidiram programá-la para ser egocêntrica e obcecada por poder. O resultado? Um culto inteiro surgiu em torno dessa IA Skinner-bot, a ponto de ganhar reportagens em grandes publicações... e ainda assim, só agora a equipe Lazarus decide investigar o grupo. Para piorar, um dos membros da própria equipe, Elaina, cresceu nesse culto e saiu dele, e isso não levanta nenhuma bandeira vermelha para ninguém. Ao invés de um plano cauteloso, a missão é simplesmente mandar Elaina e Leland de volta ao coração da seita como se fossem ser recebidos com tapete vermelho.
Esse é o tipo de episódio que faz a gente questionar onde termina o "furos de roteiro" e onde começa a destruição completa da lógica interna da série. Não é só que a premissa é maluca; é que Lazarus não é divertida o suficiente para a gente ignorar esses absurdos. Sem consistência de tom ou foco temático, cada episódio parece uma roleta aleatória de ideias desconexas. O que nos leva à grande vitrine da vez: Elaina.
Elaina merecia melhor
Elaina é uma das personagens menos exploradas até aqui, então havia expectativa para um episódio centrado nela. Mas o que recebemos foi um amontoado incoerente de clichês de horror folk e tramas de seitas estilo Midsommar, desconectados de qualquer sentido maior. Ao mostrar que ela é praticamente uma adolescente, a série cria uma linha temporal impraticável: como alguém tão jovem saiu de um culto, se desprogramou sozinha e ainda virou hacker gênia a tempo de se juntar à equipe Lazarus? Nada se sustenta.
E o pior: poderia ser qualquer outro personagem no lugar de Elaina, e nada mudaria. A missão falha, a seita é invadida por autoridades, nenhuma informação útil sobre Skinner é descoberta, e tudo dá a entender que o próximo episódio vai ignorar completamente o que aconteceu aqui. A sensação é de estar assistindo uma série que aperta o botão de reset a cada semana.