Nvidia domina a Computex 2025 com IA, robôs e supercomputadores

A Computex 2025 marcou um novo capítulo na jornada da Nvidia como peça central da revolução da inteligência artificial. Conhecida no passado pelas GPUs voltadas para jogos, a empresa hoje ocupa o centro do palco da computação de IA — e fez questão de reforçar isso com uma enxurrada de anúncios em Taiwan, durante o maior evento de tecnologia da Ásia. Com destaque para a NVLink Fusion, servidores RTX Pro, avanços em robótica humanoide e uma parceria estratégica com a Foxconn, a Nvidia deixou claro: ela quer ser o alicerce da nova era digital.

NVLink Fusion: o novo cérebro da infraestrutura de IA

A principal novidade da empresa foi o NVLink Fusion, uma tecnologia que permite criar sistemas personalizados de IA com múltiplos chips interconectados — misturando GPUs da Nvidia com CPUs e aceleradores de terceiros. A proposta é ousada: permitir que empresas criem soluções próprias de IA, aproveitando o ecossistema da Nvidia, mas com liberdade de arquitetura. Marvell, MediaTek, Fujitsu e Qualcomm já estão entre os primeiros a integrar a tecnologia em seus projetos.

Segundo Jensen Huang, CEO da empresa, “estamos vivendo uma mudança tectônica: os data centers precisam ser reestruturados do zero — a IA está sendo fundida a toda plataforma de computação”. Com o NVLink Fusion, a Nvidia não está apenas vendendo chips, mas também licenciando sua arquitetura para ser incorporada em diferentes contextos, ampliando sua presença e influência.


GR00T-Dreams e o futuro da robótica humanoide

Outro anúncio de peso foi o Isaac GR00T N1.5, modelo atualizado para robôs humanoides, desenvolvido em apenas 36 horas com a ajuda do novo sistema GR00T-Dreams. Essa tecnologia usa modelos de mundo (como o Cosmos Predict) para gerar trajetórias neurais sintéticas — ou seja, dados de movimento artificiais que treinam robôs sem a necessidade de testes físicos demorados.

A diferença prática? Tarefas simples como organizar objetos ou trabalhar em ambientes complexos podem ser aprendidas com mais rapidez e adaptabilidade. Empresas como Boston Dynamics, NEURA Robotics e Agility Robotics já adotaram a plataforma Isaac da Nvidia, e o CEO reforçou a ambição: “A robótica e a IA física vão inaugurar a próxima revolução industrial.”

RTX Pro Servers: poder de sobra para empresas

Complementando os anúncios de infraestrutura, a Nvidia revelou sua nova linha de servidores RTX Pro, voltados para aplicações empresariais em IA, como criação de conteúdo, treinamento de modelos e inferência. Equipados com a arquitetura Blackwell, os novos servidores entregam até 1,7x mais desempenho que os já potentes sistemas com H100.

A ideia aqui é clara: deixar de ser apenas fornecedora de chips e passar a vender soluções completas. Os RTX Pro Servers são feitos sob medida para ambientes corporativos de alto desempenho, reforçando a estratégia da Nvidia de se tornar a espinha dorsal da próxima geração de infraestrutura de IA.


Parceria com a Foxconn e um supercomputador para Taiwan

No que talvez tenha sido o anúncio mais simbólico do evento, Jensen Huang confirmou a construção de um supercomputador de IA em Taiwan, em parceria com a Foxconn. Alimentado por 10.000 GPUs Blackwell, o projeto será gerido pela Big Innovation Company, e promete acelerar o ecossistema de IA da ilha — beneficiando startups, instituições de pesquisa e o governo.

Além disso, a Foxconn também está desenvolvendo soluções de robótica médica com os sistemas da Nvidia, unindo IA, saúde e automação. O movimento fortalece a presença da Nvidia na Ásia e reafirma seu papel como base para as value chains da era digital.

Conclusão

A Computex 2025 foi usada como palco estratégico pela Nvidia para reafirmar seu protagonismo. Mais do que uma fabricante de placas de vídeo, ela se posiciona agora como infraestrutura essencial para IA, robótica e computação em larga escala. NVLink Fusion amplia as possibilidades técnicas, GR00T acelera o desenvolvimento de robôs, os servidores RTX Pro oferecem soluções de ponta para empresas e a parceria com a Foxconn solidifica a presença global da marca. O recado é claro: a Nvidia não está apenas acompanhando a revolução da IA — ela quer liderá-la.

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