O episódio 6 de To Be Hero X deixa claro que estamos presenciando a queda de um herói antigo e a ascensão de um novo. Yang Cheng faz tudo certo: combate o crime, mantém seu emprego como ator de trajes, e interage com os jovens fãs como o herói que eles sonham conhecer. Enquanto isso, o antigo E-Soul toma todas as decisões erradas. Ele se recusa a agir, ignora a existência de Yang Cheng e parece focado apenas em vender produtos licenciados, perdendo o controle até da própria equipe de relações públicas. O resultado é inevitável: o público jovem muda de lado.
Neste capítulo, temos um raro vislumbre do E-Soul por trás da máscara. Um homem marcado por cicatrizes, amputado e aparentemente condenado a nunca tirar a máscara, muito mais símbolo de seu legado do que herói em atividade. É fácil entender por que alguém como ele desejaria se aposentar. A ideia da troca de manto já havia sido sugerida antes, com o evento de aniversário servindo como teste para escolher um substituto. Mas a aparição de Yang Cheng muda o jogo completamente: agora, não há mais necessidade de enganar ninguém. A transição pode ser pública.
Miles Morales, não Peter Parker
Ao contrário de Lin Ling, que precisou enganar o mundo ao se passar por Nice, Yang Cheng surge como um novo herói inspirado no original. Ele não tenta ser E-Soul; ele assume ser o novo E-Soul. A comparação com Miles Morales e Peter Parker não é à toa: enquanto o original é insubstituível para os antigos fãs, a nova geração encontra algo em Yang Cheng que os representa. E o E-Soul original parece ciente disso. Sua inação pode ser parte do plano para que Yang Cheng herde sua posição naturalmente.
Mas Yang Cheng está pronto?
Apesar do carisma e das boas intenções, Yang Cheng ainda não tem firmeza. Deixa-se levar por seu chefe, seus colegas e até pela garota que gosta dele. Mesmo com fama e superpoderes, ele não encontra coragem para se posicionar ou fazer escolhas. Quando as coisas dão errado, volta a se ver como o órfão rejeitado que sempre foi. Lin Ling também era um “ninguém”, mas sempre acreditou em si mesmo. Yang Cheng ainda não encontrou essa força interior.
E isso o torna perfeito para Shang Chao: alguém que pode ser moldado, guiado, manipulado. Toda a construção do novo E-Soul parece parte de um roteiro meticulosamente orquestrado por Shang Chao. Até mesmo o momento mais dramático do episódio — sua suposta morte — soa como mais uma peça nesse xadrez. Shang Chao agora é o “Tio Ben” da jornada de Yang Cheng, o mártir que vai impulsioná-lo a se tornar um verdadeiro herói. Resta saber se isso vai funcionar.
Pensamentos soltos:
- Não acredito por um segundo que Shang Chao esteja realmente morto.
- Gostei do contraste entre fãs mais velhos e novos, e como a imagem de um herói muda com o tempo.
- Xia Qing foi clara com Yang Cheng sobre seus sentimentos, e mesmo assim ele continua inseguro. Isso mostra como ele ainda está preso à própria falta de autoestima.
- Será que o novo E-Soul matou Moon em nome de vingança por Enlightener?