Apocalypse Hotel Ep. 10: comédia screwball, Yachiyo, Ponko e caos total

Depois de algumas semanas mergulhando na nostalgia e no sentimentalismo de sua trupe, Apocalypse Hotel retorna ao que faz de melhor: comédia maluca sem freio. A verdade é que um dos pontos fortes deste anime é justamente a liberdade tonal — um mar de caos que exige braços criativos e firmes para não sair dos trilhos. Neste décimo episódio, a farce direta mostra que o domínio do ritmo, do timing cômico, das falas e dos gags visuais continua afiado.

Heróis cruéis e motivados pelo ego

Adoro que a série não teme expor nossos protagonistas como personagens bastante falhos. Yachiyo e Ponko se unem em pequenas transgressões com motivações egoístas, e eu embarco nessa bagunça sem reservas. O detetive alienígena, com a voz inconfundível de Kenjirō Tsuda, até ficaria satisfeito em saber que sua presa morreu — mas Yachiyo decide encobrir tudo para não manchar a reputação do hotel. Claro, ela só piora a situação, rendendo uma trama que poderia muito bem ser um episódio de It's Always Sunny in Philadelphia chamado “A Turma Esconde um Corpo”.

Yachiyo e Ponko: de drama ao caos absoluto

Esse caos é quase um retorno às raízes de Yachiyo e Ponko, depois dos momentos mais dramáticos dos episódios 8 e 9. Lembram quando elas se uniram para capturar aquele verme de areia gigante? A bagunça é o cotidiano delas. Desta vez, Ponko leva outro golpe monstruoso das “manoplas da justiça” de Yachiyo, e a amizade das duas ganha uma ponta de paródia cômica quando Yachiyo conclama “Não fuja de fugir”. É sincero e escrachado ao mesmo tempo.

Nova adição: Tamako causa estragos

Entrando em cena, Tamako traz ainda mais confusão ao episódio. Filha de Ponstin, ela elevou todos os elementos da farce a um nível épico: um abraço casual e, bum, duas mortes por choque anafilático — impossível não rir da tragédia. Se foi flor ou veneno mesmo, só o War of the Worlds explicaria. E se não bastasse, Tamako empurra Ponstin a surtar com ciúmes do “homem-doce”. Família disfuncional 100% garantida.

Referências e homenagens

Este é, provavelmente, o episódio mais recheado de referências até agora. Aqueles dois alienígenas lembram o Greedo de Star Wars (“Han shot first”), há piscadas a Psycho e The Shining, e o clima de black comedy me trouxe vibes de Takashi Miike — não só pelo título Yakuza Apocalypse, mas pelo humor macabro que permeia a encenação do staff lidando com cadáveres.

O enigma de Fuguri

Enquanto isso, Fuguri, agora ceramista perfeccionista, surge em cenas que parecem soltas da trama principal — talvez mero red herring, ou quem sabe uma pista de que sua cerâmica letal envenenou até os aliens. Seja como for, suas criações parecem ecoar as obsessões das outras famílias atrapalhadas do hotel.

De bônus: pequenos grandes momentos

  • Ponko experimenta um “chapéu-shampoo” num cadáver, provando sua utilidade.
  • Saho Shirasu rasga os R’s imitando Tsuda em “serial bomber psycho terrorist bastard”.
  • Ponstin assume orgulhoso seu papel de esposo “cuckado”.
  • Yachiyo exibe uma bandeirinha branca saindo da cabeça sempre que confirma um álibi.

Esses pequenos toques compõem o charme de Apocalypse Hotel. Vou sentir falta desse circo quando tudo acabar.

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