Deixe eu ver se entendi: o assassino mais poderoso do universo, capaz de aniquilar um pelotão inteiro com uma kunai presa a um fio de barbear, é contratado para eliminar o Axel – um sujeito que só sabe pular de telhado em telhado e socar quem aparecer pela frente, mas continua sendo um humano desarmado. E qual a tática genial do nosso “Matador Supremo”? Atirar um único tiro na duríssima para-brisa do carro do Axel antes de largar as balas e começar a arremessar granadas no meio do trânsito. Claro. Faz todo sentido.
Ação elogiável, lógica descartada
Sim, a animação de luta é tão fluida que chega a impressionar, e o coreógrafo merece aplausos pelo balé de golpes corpo a corpo. Mas não me venham dizer “ah, mas é fantasia de ação”: mesmo em histórias cheias de heróis “inquebráveis”, o roteirista podia pelo menos fingir que respeita um pouquinho a gravidade ou a coerência. Aqui, nosso protagonista leva minutos para ser atingido por granadas que parecem bolas de tênis — e Axel só cai quando o roteiro manda.
Axel: o herói sem personalidade
Indiana Jones e John Wick aplaudiriam Axel no tapa, mas só se ele tivesse um pingo de carisma. A gente acompanha onze episódios correndo atrás desse cara, e eu ainda não sei por que ele foge da prisão, nem quais são suas motivações ou limites. Ele é só um rosto bonito, fala umas piadas meia-boca e sobrevive a tudo — até ser furado por uma lança gigante quando convém.
Flashbacks e truques visuais
Ponto para o flashback estilizado em paper-craft, um alívio visual num mar de exageros. E sim, a luta é bonita de assistir. Mas a aparência não basta. Se um teleporte indecente salva o assassino na hora de pular de um trem para um barco, eu até engulo isso se acreditasse que me estão respeitando como espectador.
Esperança mínima
Ao menos os designs de luta seguram a bronca. Mas, sinceramente, só quero saber se Axel e o Hitman Supremo vão finalmente ter um duelo que faça sentido, ou se mais granadas voarão no vazio da nossa paciência.