Um encerramento repleto de surpresas — mas apertado
Depois de digerir tudo que aconteceu no desfecho de GQuuuuuuX, fico pensando sobre o legado que este anime vai deixar. Será comparado a Iron-Blooded Orphans? Virará um cult-classic como alguns Build? Ou será apenas um rodapé prometedor, esquecido como Gundam AGE? A meu ver, o show ficará num meio-termo: trouxe ideias instigantes, mas os 12 episódios não deram espaço para explorá-las além de arranhar a superfície.
O dilema do tempo e da ambição
Recapitulamos quatro episódios do filme original quase cena a cena — material que poderia ter sido resumido em pontos-chave para abrir espaço a revelações tardias. Resultado: personagens se reencontram, beijos acontecem, explicações de multiverso pipocam, mas não há tempo para detalhar variáveis como “por que GQuuuuuuX e GFreD têm esses nomes?” ou “como eles saltam entre universos?”. Um final mais longo — ou episódios extras — teria valido ouro.
Ciclos quebrados e novas ideias
O ponto alto foi a quebra de padrão: Machu foi a primeira protagonista Gundam a não contabilizar mortes, oferecendo um caminho distinto do trauma de guerra habitual. Enquanto Char repete velhas táticas e Shuji surge como provável Amuro disfarçado, é Machu quem propõe uma nova filosofia de Newtype — “Lalah não precisa ser salva; ela pode escolher seu destino.” Esse diálogo sugere: sim, dá para ser Gundam sem adolescentes despedaçados pela guerra.
Homenagens e pontas soltas
Os fãs veteranos foram agraciados com piscadelas visuais: o “Last Shooting” do Gundam decapitado, Ramba Ral ao lado de Artesia, e até participações de Annqi e companhia. Mas o último áudio de Machu — “Nos encontraremos de novo” — soa cruel, já que não há confirmação de segunda temporada. Ficamos com a sensação de que grandes possibilidades foram anunciadas, mas sem garantia de continuação.
Considerações finais
Com mecha designs de cair o queixo e referências mil, GQuuuuuuX foi um presente para os fãs de longa data, longe de ser porta de entrada para novatos. Seu maior legado talvez seja nos fazer repensar o futuro dos Newtypes e da própria narrativa Gundam. Restam perguntas: o que vem depois de Machu, Nyaan e Shuji? E como essa nova visão influenciará os próximos capítulos da saga?