Sinopse oficial
No ano de 2092, oitenta anos após a vitória da frota Macross na Guerra Espacial I, a Terra vive um período de paz. Ex-inimigos Zentradi e Meltrandi já estão integrados à sociedade humana, quando surge uma nova ameaça: os Marduk. O repórter Hibiki Kanzaki vê sua vida virar de cabeça para baixo ao sequestrar a enigmática cantora Marduk, Ishtar, na esperança de ensiná-la sobre a cultura terrestre — e, quem sabe, salvar o planeta do conflito interespécies.
Análise da produção e equipe
Considerado o “patinho feio” da franquia, Macross II foi produzido em 1992 pela Big West sem o envolvimento direto de Studio Nue, ficando sem a assinatura do criador Shōji Kawamori. O único talento original presente é o designer Haruhiko Mikimoto, cuja arte reconhecível oferece algum senso de continuidade visual. A atual versão, remasterizada pela Disney/Hulu, apresenta imagem em alta definição, o que ajuda a valorizar ainda mais o trabalho de animação analógica.
Animação e direção de arte
A riqueza de detalhes na animação de cel é um dos maiores trunfos do filme: cores contrastantes, sombras profundas e fundos pintados à mão criam uma atmosfera calorosa impossível de reproduzir em técnicas digitais modernas. As batalhas espaciais, com explosões de raios de luz e mechas girando no vazio, são um verdadeiro deleite para fãs de ficção científica. Por outro lado, as cenas mais diálogadas acabam soando estáticas, e o enquadramento por vezes se demora em close-ups questionáveis de fan service sobre o corpo de Ishtar, o que atrapalha levemente a imersão.
Narrativa e roteiro
A trama dá pulos narrativos frequentes, como mortes repentinas de personagens sem explicação, levando o espectador a pausar e voltar para entender o que acabou de acontecer. O romance em triângulo entre Hibiki, Silvia Gena e Ishtar também fica aquém do esperado, parecendo subdesenvolvido e jogado às pressas no clímax. Ainda assim, o plot de conflito cultural entre humanos, Zentradi, Meltrandi e Marduk rende momentos curiosos, especialmente quando a música é usada como arma para libertar guerreiros escravizados.
Trilha sonora
Aqui o filme brilha: duas músicas de Wendy Ryder, “For Now a Friend” e “Riding in Your Valkyrie”, brilham como verdadeiros hinos da franquia, sendo depois retomadas em produções canônicas passadas. O compositor Shirō Sagisu entrega uma mistura sonora de orquestra e rock que empolga em cada cena de combate, antecipando o estilo que marcaria Evangelion, Bleach e outros clássicos.
Conclusão
Apesar de falhas no roteiro e no desenvolvimento de personagens, Super Dimensional Fortress Macross II: The Movie se sustenta como um espetáculo visual e sonoro. Para quem busca batalhas mechas cheias de efeitos e um charme nostálgico dos anos 90, vale a pena dar uma chance a este capítulo “não canônico” de Macross.