Harold é um AI supostamente benevolente, mas seu jogo de manipulação beira o insano. Entendo o desejo dele de manter Echika longe do caso reaberto do Pesadelo de São Petersburgo — afinal, ela é inútil na perseguição ao assassino do “irmão mais velho” Sozon. Mas, enquanto Echika teme que Harold se desgaste emocionalmente, ele responde: “Doeria mais não estar envolvido”. O que ela não sabe — e nós sabemos — é que as tais Leis do Respeito provavelmente não se aplicam a ele. Tenho certeza de que Harold pretende partir para um “grindhouse” no ladrão de irmãos, sobretudo depois de ver a identidade das duas próximas vítimas. E, convenhamos, o cara já roça a insanidade ao sacudir a mãe histérica de Sozon no hospital, berrando sua determinação de resgatar Nicolai.
O terceiro sequestro de Echika: implausível e irritante
Mas o pior acontece quando o segundo sequestrado da vez é… Echika. Sim, a delegada competente da Unidade de Investigação Cibernética foi raptada pela terceira vez nesta temporada. E, pasme, de novo cai na mais óbvia das armadilhas: um telefonema “profundamente falsificado” de Bigga, dizendo para ela ir a uma “zona sem sinal suspeitíssima” sem checar com ninguém. “Já conferi com o Harold”, garante a voz — e lá vai Echika, descendo para o porão do assassino sem sequer desconfiar. É de desespero.
Diálogos soporíferos e conceitos promissores desperdiçados
Se o objetivo era separar os protagonistas e criar tensão, tá feito. Mas, sério, três vezes? Your Forma tem tudo: detetives que hackeiam cérebros, clones digitais pós-morte, serial killers aterrorizantes e um robozinho vingativo. Ainda assim, sobra mais conversa chata do que ação. A trilha sonora, digna de elevador, só acentua a monotonia. A essa altura, torço para que Echika encontre um fim terrível — pelo menos renderia emoção. Quem sabe transferirem sua cópia digital para um pinguim robô mudo? Qualquer coisa seria mais interessante do que o limbo narrativo em que esta série se transformou.