Regras (quase) científicas para a mágica de Satoko
Depois de oito capítulos recheados de piadas e caos, finalmente descobrimos que o suposto limite dos poderes de Satoko não era tão sólido assim. Ela acreditava só conseguir transformar objetos inanimados em folhas – ótimo para esconder cadáveres, péssimo para a paz de espírito alheia. A chegada de um “estudo de campo” revela que o problema pode ser mais psicológico do que técnico: carne viva ainda é imune, mas a crença de Satoko nos próprios trajes ninja interfere nos resultados. E não há restrição de tamanho – imagine um navio, um shopping ou um arranha-céu desfolhando horas depois do toque dela. Terrível. Fascinante. E um prato cheio para futuras encrencas.
A química entre Satoko e Konoha floresce
Se o roteiro usa a “ciência” para criar tensão, ele investe no cotidiano para aquecer o coração. Presentes significativos, cama compartilhada contra o medo noturno – nada disso existia lá no início, quando Konoha dormia de faca em punho. Satoko avança devagar, mas cada gesto prova que ela já entende o que acalma (ou assusta) a assassina. O capítulo não traz grandes viradas emotivas, porém consolida uma intimidade que, em breve, pode superar o vínculo que Konoha tinha com Roboko.
Quando a animação vira vitrine de talento
Entre um teste e outro, a Shaft solta a mão em detalhes de movimento – sobretudo nas mãos das personagens. É o tipo de cena que parece rotoscopia bem-feita, exibindo sutilezas de peso e elasticidade humanas. Pode soar discreto para quem espera ação frenética, mas funciona como lembrete de que até uma comédia nonsense merece carinho visual.
Mundos paralelos de humor sombrio
Os desvios de tom continuam deliciosos. Quer ver? A loja de pornografia se transforma num buraco negro sem luz. Satoko se lembra de antigos colegas ninjas como silhuetas genéricas de anime barato. E o “céu” transmitindo ao vivo as desventuras terrenas entrega um payoff hilário quando a câmera revela o que, exatamente, os anjos andam assistindo.
Considerações finais
Episódio 9 não é o mais engraçado nem o mais dramático da temporada, mas cumpre tarefa essencial: define regras claras para um poder perigoso e aprofunda relacionamentos centrais. Agora que sabemos do que Satoko é (ou não é) capaz, cada futura perseguição, fuga ou toque acidental pode virar pólvora narrativa. E, claro, o sorriso tímido de Konoha já deixa claro que essa ninja está plantando algo mais do que folhas na vida da assassina.
