GRAVEL se despede rápido demais
Depois de semanas preparando terreno, o anime acelera para concluir o conflito contra GRAVEL — e freia antes de a emoção engrenar. O líder Suzuri ganha um flash de humanização ao revelar a vida de bicos que empurrou o grupo para o crime, mas a revelação de que “há vagas no depósito do comércio local” resolve tudo em segundos. Falta peso: nenhum outro integrante recebe nome ou motivação, e o discurso sobre “jogar para vencer” vira poeira assim que Tsubaki cita oportunidades honestas de trabalho.
Tsubaki salva o tema, mas não o impacto
Apesar do roteiro apressado, a mensagem central de Wind Breaker aparece clara: liderar é compartilhar fardos. Tsubaki abre a guarda — literal e emocionalmente — e convida Suzuri a falar seus medos “com os punhos”. É bonito; seria mais forte se a cena não fosse interrompida por personagens explicando a metáfora em voz alta, substituindo subtexto por narração.
Shizuka ainda merece tempo de tela
A garçonete rebelde continua levando sermões de Tsubaki por não aceitar ajuda. A lição de confiar na equipe faz sentido, mas o episódio não aprofunda a culpa ou a independência teimosa que definem Shizuka. Restou ao espectador imaginar como ela internaliza tudo isso — uma lacuna que poderia ter sido preenchida com alguns minutos extras.
Coreografia em segundo plano
A pancadaria, que já foi cartão-postal da série, fica relegada a cortes rápidos. Sem a adrenalina visual, nota-se a montagem apressada: golpes trocados no automático e longos trechos de diálogo que minam o ritmo. Quando a luta vira pano de fundo, percebe-se o quanto a narrativa precisa das cenas físicas para sustentar a tensão.
Um gancho chamado FRANK
Quando tudo parece resolvido, entra em cena FRANK, o brutamontes que representa o próximo obstáculo — e talvez a chance de explorar mais a fundo Tsubaki, personagem cujo código de honra vem sendo testado desde o primeiro episódio. Se o anime aprender com a pressa deste capítulo, o próximo embate pode entregar o que faltou aqui: stakes claros, tempo para respirar e emoção genuína.