Fire Force 3ª temporada ep. 10 – Preparação para o fim e reencontro adiado

Abertura com gosto de promessa quebrada

Depois do gancho no episódio anterior, todo mundo ligou o streaming esperando ver Shinra e Sho finalmente conversando sem a mediação de chamas demoníacas ou socos flamejantes. A cena até começa: Sho demonstra afeto pela primeira vez ao salvar Arrow, sua guardiã — gesto que humaniza o garoto e indica fissuras na lealdade dele à White Clad. Porém, tão rápido quanto surgiu, Sho desaparece do episódio. Fica o gosto amargo de promessa quebrada, mas também a certeza de que o eventual reencontro precisará trazer a carga emocional que este capítulo preferiu adiar.

Cataclisma à vista: hora de fazer inventário

A maior parte de “Advent” foca em checklist de informações. Hibana invade o QG da Oitava para avisar que o Great Cataclysm não é lenda: a White Clad já possui dados para alinhamento simultâneo dos Adolla Bursts. Obi corre atrás de suprimentos e mão de obra, negociando com a Segunda e a Quarta Companhia. Tudo precisa soar desesperado — e soa. A série usa bons minutos para mostrar armazéns vazios, feridos que não dão conta de voltar à linha de frente e aquela clássica mesa de guerra lotada de documentos, mapas e café frio.

Quando o humor vira ferramenta de contraste

Fire Force sempre soltou a válvula de pressão com piadas; aqui não é diferente. O Escop, o toupeira falante, ressurge triunfante para narrar sua “odisseia” pelas ruínas de Tóquio — um relato megadetalhado que ninguém pediu. O elenco todo revira os olhos, e a graça é justamente gastar tempo com um monólogo que sabota o objetivo prático da reunião: trocar informações sérias. O roteiro faz metapiada sobre exposição exagerada enquanto, ironicamente, despeja muita exposição relevante (ou quase) sobre o tal “Pi” que abrirá as portas do cataclisma. A frase “decifrar π é chave para esta iteração do fim do mundo” soa pseudo-científica? Com certeza. Mas serve para o anime brandir a urgência cósmica e guardar explicações sólidas para depois.

Reforços, alianças e um pilar que rasga o oceano

No ato final, a White Clad convoca um pilar colossal que emerge do mar — sinal de que o ritual começou. O visual impressiona: colunas de vapor, relâmpagos roxos e a trilha sonora de Kouta Hoshino trocando metais heroicos por um coral apocalíptico. Para o espectador, fica claro que os próximos episódios precisarão abandonar a preparação e mergulhar na batalha.

Saldos de um episódio de transição

  • + Ritmo leve — mesmo atolado em diálogos informativos, o capítulo voa graças à direção, que intercala humor e tensão.
  • + Sinal de alerta — o pilar marítimo e a corrida por recursos criam atmosfera de “última chance”.
  • − Emoção adiada — Sho some; Arrow e Shinra ficam em stand-by, reduzindo o impacto dramático.
  • − Tecno-misticismo raso — pi como senha do apocalipse precisa de fundamento ou vira firula.

No geral, “Advent” cumpre a função de ajeitar peças no tabuleiro e lembrar que o relógio do fim do mundo já faz tique-taque. Agora, a série precisa entregar o que prometeu: o confronto fraterno e o clímax que une emoção, mitologia e batalhas incandescentes. Ou o espectador corre o risco de achar que a exposição falou mais alto do que o coração em chamas de Fire Force.

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