Após o mergulho sombrio na história de Sister Sumire na semana passada, Fire Force nos oferece um episódio bem mais cômico — embora igualmente estranho — com foco total nas desventuras de Arthur. Como sempre, a linha entre o delírio RPGístico e a realidade apocalíptica é praticamente inexistente quando falamos de Arthur Boyle. Tudo começa como uma caça ao tesouro organizada por seus amigos, mas logo evolui (ou desce) para uma nova jornada ao Nether, onde o improvável acontece: Arthur reencontra seus pais.
Sim, os pais de Arthur estão vivos, e vivendo nas profundezas do Nether há anos — não exatamente em missão sagrada, mas se escondendo de cobradores de dívidas. Claro, para Arthur, essa explicação soa perfeitamente nobre. Para Yu, no entanto, é quase uma sentença de insanidade diante da negligência absurda e da revelação de que o casal teve mais três filhos no subterrâneo.
Se por um lado essa reunião familiar oferece uma dose generosa de humor nonsense, por outro, há algo de trágico por trás da forma como Arthur lida com tudo isso. Seu apego às fantasias de cavaleiro sagrado passa a fazer mais sentido após conhecermos a família disfuncional que o abandonou. Maki, inclusive, parece finalmente entender o porquê de Arthur se refugiar tanto em suas ilusões de “Rei Cavaleiro”.
Enquanto isso, Shinra dá seus primeiros passos para explorar um novo nível de percepção — o misterioso “terceiro olho” — em busca de uma conexão mais profunda com Sho. Essa trama ainda está em fase de preparação, mas a promessa de desenvolvimento emocional entre os irmãos é algo que vale acompanhar. Fire Force pode não ter ambições dramáticas do nível de um Attack on Titan, mas quando se permite investir um pouco mais nos personagens, acerta em cheio.
No fim, “Holy Sword, Resurrected” pode não trazer grandes confrontos ou revelações, mas oferece uma pausa bem-vinda com muito humor absurdo, pitadas de tragédia familiar e um vislumbre de crescimento para Shinra. Um típico episódio de preparação, mas que entrega exatamente o que Fire Force faz de melhor: equilibrar caos, carisma e insanidade com aquele toque de coração.